Manuela Ivone Cunha
Centro em Rede de Investigação em Antropologia - Universidade do Minho (CRIA UMinho)
Manuela Ivone Cunha. Doutoramento em Antropologia, Agregação em Sociologia.
Investigadora no Centro em Rede de Investigação em Antropologia (polo UMinho), docente na Universidade do Minho e diretora da Revista Etnográfica.
Comunicación
Vacinação : emergência, solidão, dissenso.
Para Hanna Arendt, a experiência quotidiana da solidão numa sociedade fragmentada e o facto que “In an ever-changing, incomprehensible world the masses had reached the point where they would, at the same time, believe everything and nothing, think that everything was possible and that nothing was true” são dois factores essenciais da emergência dos totalitarismos do século XX.
No seguimento de um estudo sobre a vacinação de rotina realizado há 12 anos, um trabalho em curso acerca das atitudes perante a vacinação de emergência leva a considerar estas duas ideias à luz do contexto definido pelas injunções de saúde pública que têm procurado responder à pandemia de COVID-19. Perante as suspeitas de antidemocracia que estas têm levantado junto de alguns sectores, será relevante observar como, em particular num quadro geral de afirmação do multiculturalismo, o sistema judiciário tratará eventuais casos relacionados com as tensões entre dimensões individuais e colectivas dos direitos humanos.